Como a terapia pode ajudar alguém enlutado?
- Milena Veras
- 31 de jan.
- 2 min de leitura

O luto é um processo emocional e psicológico que uma pessoa vive após a perda de alguém ou de algo significativo, como por exemplo a morte de um ente querido, a perda de um emprego, o fim de um relacionamento ou até a perda de um membro/sentido. Cada indivíduo lida com o luto de uma forma, por isso não há uma regra de duração ou intensidade. No entanto, além das reações emocionais, o luto também pode envolver mudanças comportamentais e físicas, como dificuldades de concentração, alterações no sono e no apetite. Isso é comum, por se tratar de um período de adaptação e mudanças. Porém, com a ajuda da psicoterapia, esse momento pode levar a um crescimento pessoal e a uma nova compreensão da vida e do que é importante.
Isso porque na psicologia junguiana, proposta por Carl Jung, o luto é visto como uma parte importante do desenvolvimento pessoal, conhecido como individuação, que é o processo de desenvolvimento psicológico em que uma pessoa se torna um indivíduo completo e integrado. Isso envolve a conscientização do eu e a integração do inconsciente, que leva a uma maior auto compreensão e autenticidade, permitindo que a pessoa viva de forma mais plena. Jung acreditava que essa fase de luto pode ser uma oportunidade de autodescoberta, onde se podem explorar aspectos mais profundos de si mesmo. Além disso, ele enfatizava a importância de rituais, como cerimônias de despedida, que ajudam a dar significado à perda e facilitam o processo de cura.

Cada processo é único e não necessariamente passa pelos mesmos passos, porém a psicóloga Elisabeth Kübler-Ross identificou cinco fases comuns do luto:
Choque: Um estado de anestesia mental em que a pessoa pode não acreditar na perda.
Negação: A recusa em aceitar a realidade da perda, como se nada tivesse acontecido.
Raiva: Um deslocamento da dor, onde a pessoa pode culpar outros pela situação.
Barganha: Tentativas de negociar ou buscar soluções mágicas para evitar a dor.
Depressão: O reconhecimento da dor da perda, levando a um período de introspecção e tristeza.
Infelizmente, não há uma pílula mágica que fará você não sentir nada, ou um controle remoto que pule essa etapa do sofrimento. O processo da dor é inevitável, porém a psicoterapia pode ser extremamente útil nessa fase, pois oferece um espaço seguro para explorar e processar as emoções complexas que surgem. Assim, o luto pode ser ressignificado e deixa de ser apenas sobre o que se perdeu, mas também sobre como essa experiência pode transformar e enriquecer a vida de quem ficou, levando a uma maior compreensão de si e do mundo ao redor.